Relógio
quinta-feira, 31 de março de 2011
“Me mande mentalmente coisas boas. Estou tendo uns dias difíceis, mas nada, nada de grave. Dias escuros sem sorrisos, sem risadas de verdade. Dias tristes, vontade de fazer nada, só dormir. Dormir porque o mundo dos sonhos é melhor, porque meus desejos valem de algo. Dormir porque não há tormentos enquanto sonho, e eu posso tornar tudo realidade. Quando acordo, vejo que meus sonhos não passam disso, sonhos; e é assim que cada dia começa: Desejando que não tivesse começado, desejando viver no mundo dos sonhos, ou transformar meu mundo real num lugar em que eu possa viver, não sobreviver.”
Força e fé, repete comigo: dai-me força e dai-me fé, dai-me luz!
#CaioFernadoAbreu
Força e fé, repete comigo: dai-me força e dai-me fé, dai-me luz!
#CaioFernadoAbreu
quarta-feira, 30 de março de 2011
“O que é seu encontrará um caminho até chegar a você” (Ditado Chinês)
Fato! Quem conhece meus tropeços passados se admira com tanto reerguimento! Vez enquando me deparava com a solidão do estar só acompanhada. Homem nenhum prestava, homem nenhum era homem suficientemente digno pra estar ao meu lado.
AUHSUAHSUAH, não, não. Não é assim.. a verdade é que você precisa conhecer o que não é, pra de fato valorizar aquele que é, aquele que é pra ser! Sabe aquele que torna tua rotina em carnaval ao invés de fazer do seu carnaval uma rotina? Um homem que de fato te admira pelo que você tem de bom, de ruim, de péssimo e de melhor. Eu cheguei a esse caminho! Hoje não quero estradas optativas.. não quero sentir o gosto de outros beijos porque encontrei uma boca cheia de sabores.. uma boca que me sacia, que me dá fome e que me alimenta. Encontrei casa e coração. Um lugar pra eu habitar, fazer morada. Encontrei o amor.
Meu caminho chegou.. e eu me desviar dele? Jamais!
Fato! Quem conhece meus tropeços passados se admira com tanto reerguimento! Vez enquando me deparava com a solidão do estar só acompanhada. Homem nenhum prestava, homem nenhum era homem suficientemente digno pra estar ao meu lado.
AUHSUAHSUAH, não, não. Não é assim.. a verdade é que você precisa conhecer o que não é, pra de fato valorizar aquele que é, aquele que é pra ser! Sabe aquele que torna tua rotina em carnaval ao invés de fazer do seu carnaval uma rotina? Um homem que de fato te admira pelo que você tem de bom, de ruim, de péssimo e de melhor. Eu cheguei a esse caminho! Hoje não quero estradas optativas.. não quero sentir o gosto de outros beijos porque encontrei uma boca cheia de sabores.. uma boca que me sacia, que me dá fome e que me alimenta. Encontrei casa e coração. Um lugar pra eu habitar, fazer morada. Encontrei o amor.
Meu caminho chegou.. e eu me desviar dele? Jamais!
Eu tenho medo, merda! Ontem chorei. Por tudo que fomos. Por tudo o que não conseguimos ser. Por tudo que se perdeu. Por termos nos perdido. Pelo que queríamos que fosse e não foi (…) Pelo carinho esquecido junto das cartas envelhecidas no guarda- roupa. (…) Pela culpa. Toda a culpa. Minha. Sua. Nossa culpa. Por tudo que foi e voou. E não volta mais, pois que hoje é já outro dia. Chorei.
(Caio F.)
segunda-feira, 28 de março de 2011
"Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu. "
Caio F.
“Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida. Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer “Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal.” E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.”Tati Bernardi.
“É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim um recomeço”
O Pequeno Príncipe.
quinta-feira, 24 de março de 2011
“…Entenda que eu quero estar com você, do seu lado, sabendo o que acontece. De repente me passa pela cabeça que a minha presença ou a minha insistência pode talvez irritá-lo. Então, desculpa não insistirei mais. (…) Eu queria dizer que eu estava com você, e a menos que você não me suporte mais, continuaria te procurando e querendo saber coisas. Bobagens? pois é, se quiser ria como você costuma rir para se defender. Não estou me defendendo de nada. Estou perguntando a você se permite que eu tenha carinho por você, seu idiota. Mas estou aqui, continuo aqui não sei até quando, e quando e se você quiser, precisar dê um toque. Te quero imensamente bem, fico pensando se dizendo assim, quem sabe, de repente você até acredita. Acredite. “
(Caio Fernando Abreu.)
“Vem cá deixa eu te mostrar que é muito melhor sentir do que observar. Deixa eu te arrancar desse seu modo conforto, dessas suas convicções radicais, dessas cortinas preto e branco. Me deixa quebrar esse seu muro, e te mostrar que não, você não esta bem assim. Deixa eu confundir suas confusões, ocupar esse teu submundo, fazer as borboletas te visitarem, e tirar o equilibro dos seus joelhos. Me deixa te mostrar que você gosta muito mais de romantismo barato do que desses teus melodramas elaborados. Me deixa te levar até a saída do labirinto que é você. Me deixa te amar?”
Hoje pela manhã pensei em você ao acordar. Meu coração bateu mais rápido. Fico parada por um tempo, sento na beirada da cama, reparo nos fios do meu cabelo num leve balanço com o mesmo ritmo que meu coração faz. Acho que isso que todo mundo diz acontecer um dia com alguém aconteceu. Eu me apaixonei. Eu nem costumo pensar de manhã, na verdade eu ligo o automático depois que acordo, tiro e ponho coisas no lugar e não vejo. Passo por ruas diferentes, vejo pessoas que me lembram você e abro um sorriso de meio termo. Freiam atrás do meu carro buzinando como se eu tivesse culpa do trânsito infernal que anda frequente por aqui, e imagino como você se irritaria com isso, o quanto xingaria e soltaria gestos impensados. A verdade é que ando imaginando coisas demais. E sabe, é mentira, não foi só hoje. Isso acontece diariamente, e com frequência.
“De repente, eu não consegui ir adiante. E precisava: sempre se precisa ir além de qualquer palavra ou de qualquer gesto. Mas de repente não havia depois: eu estava parado à beira da janela enquanto lembranças obscuras começavam a se desenrolar. Era dessas lembranças que eu queria te dizer. Tentei organizá-las, imaginando que construindo uma organização conseguisse, de certa forma, amenizar o que acontecia, e que eu não sabia se terminaria amargamente - tentei organizá-las para evitar o amargo, digamos assim. Então tentei dar uma ordem cronológica aos fatos: primeiro, quando e como nos conhecemos - logo a seguir, a maneira como esse conhecimento se desenrolou até chegar no ponto em que eu queria, e que era o fim, embora até hoje eu me pergunte se foi realmente um fim. Mas não consegui. Não era possível organizar aqueles fatos, assim como não era possível evitar por mais tempo uma onda que crescia, barrando todos os outros gestos e todos os outros pensamentos.”
Caio F. Abreu
Caio F. Abreu
“Às vezes o que sinto é um medo de sonhar, como agora. Medo de sonhar com coisas que nunca serão verdade, medo de acreditar demais em mim. Medo de no fim, ver que fui tola por pensar que seriam tantas coisas, que faria tantas coisas. Mas na maior parte do tempo, sonho alto. Sonho alto e sem medo. Acredito em possibilidades sem nexo, às vezes até estúpidas. Me vejo abraçando o mundo, amando, vivendo, num futuro que não passa de um sonho. Para uma pessoa com tantos altos e baixos, sonho com certas extravagâncias e exageros incomuns. Para quem acredita tão pouco no presente, parece absurdo imaginar e fantasiar um futuro assim, tão incrível. Talvez seja assim, pois sempre penso que amanhã minha vida vai começar. Sonho com um momento em que as coisas começarão a andar. O exato momento em que eu descobrirei quem eu sou e por que estou aqui, descobrirei meus talentos, meus vícios e virtudes. O momento em que terei a alma completa o bastante para começar o que devo fazer. Mas enquanto isso não acontece, me limito a escrever sobre coisas que talvez não façam sentido para quem as ler algum dia, e talvez não façam sentido algum nem para mim, mas confortam e geram mais um turbilhão de sonhos que, inúteis ou não, vão formar uma parte de mim algum dia ou então serão simplesmente a prova de que apesar de tudo, sempre acreditei que podia algo mais. “
quarta-feira, 23 de março de 2011
Minha mania de sonhar a conta gotas.
Mania de ti a todo tempo.
Mania de imaginar nós, a sós e em nós.
Mania de te esfriar o corpo com minhas pernas frias
- enroladas, entrelaçadas, esmagadas entre tuas coxas.
Mania de viajar até te encontrar sorrindo com os olhos,
- dizendo, gritando, sentindo me amar.
Mania de querer te ver me tomar,
- pela mão, pelo seio, pelo verbo mais nu me degustar.
Que cheiro bom esse de te imaginar,
- uma mania, um gosto de bom de amar o teu amor.
Mania da tua mão na minha cintura,
- maneira melhor não há de me fazer segura.
Mania sem vergonha de te desejar
- na minha cama, na tua, no chão ou no meu olhar.
Gosto de ter essa mania de ti.
Mania de manear teu corpo ao meu.
Mania simples de te amar.
Mania de ti a todo tempo.
Mania de imaginar nós, a sós e em nós.
Mania de te esfriar o corpo com minhas pernas frias
- enroladas, entrelaçadas, esmagadas entre tuas coxas.
Mania de viajar até te encontrar sorrindo com os olhos,
- dizendo, gritando, sentindo me amar.
Mania de querer te ver me tomar,
- pela mão, pelo seio, pelo verbo mais nu me degustar.
Que cheiro bom esse de te imaginar,
- uma mania, um gosto de bom de amar o teu amor.
Mania da tua mão na minha cintura,
- maneira melhor não há de me fazer segura.
Mania sem vergonha de te desejar
- na minha cama, na tua, no chão ou no meu olhar.
Gosto de ter essa mania de ti.
Mania de manear teu corpo ao meu.
Mania simples de te amar.
Tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado. Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço.
(Caio F.)
Espirito Santo ore por mim, leve pra Deus tudo aquilo que eu preciso, Espírito Santo use as palavras que eu necessito usar mais não consigo. Me ajude nas minhas fraquezas, não sei como devo pedir, espírito santo vem orar por mim, estou clamando, estou pedindo, só Deus sabe a dor que estou sentindo, meu coração está ferido mas o meu clamor está subindo ♪
terça-feira, 22 de março de 2011
"Eles se amam, todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por aí, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso."
segunda-feira, 21 de março de 2011
[…] você cresceu em mim de um jeito completamente insuspeitado, assim como se você fosse apenas uma semente e eu plantasse você esperando ver uma plantinha qualquer, pequena, rala, uma avenca, talvez samambaia, no máximo uma roseira, é, não estou sendo agressivo não, esperava de você apenas coisas assim, avenca, samambaia, roseira, mas nunca, em nenhum momento essa coisa enorme que me obrigou a abrir todas as janelas, e depois as portas, e pouco a pouco derrubar todas as paredes e arrancar o telhado para que você crescesse livremente.
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
Ele pode estar olhando suas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes. Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Talvez, ele volte.
(Caio Fernando Abreu)
(Caio Fernando Abreu)
Vamos lá, pegue o seu telefone. Ligue para mim, diga que está com saudades. Eu não posso mais correr atrás de você, não é? Só, por favor, finja que se importa, não me deixe na espera. Me mande uma mensagem às 4:30 da manhã só para dizer que não poderia dormir com esse espaço entre nós. Só me deixe sabendo que você ainda se importa, só me dê um sinal para que eu não desista de nós dois. (salt-waterroom)
Da vida não quero muito. Quero apenas saber que amei e tive tudo o que esteve ao meu alcance e perdi apenas o que no fundo nunca foi meu. Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle. Mas aí o que fazemos? Amamos com limite para não sofrer. Mas eu prefiro muito mais quem se ilude a quem é cético; precisamos desta ilusão que é justamente aceitar o risco que estamos correndo.
Fabrício Carpinejar
“Hoje acordei inteira. Migalhas? Pedaços? Não, obrigada. Não gosto de nada que seja metade. Não gosto de meio termo. Gosto dos extremos. Gosto do frio. Gosto do quente (depende do momento.) Gosto dos dedinhos dos pés congelados ou do calor que me faz suar o cabelo. Não gosto do morno. Não gosto de temperatura-ambiente. Na verdade eu quero tudo. Ou quero nada. Por favor, nada de pouco quando o mundo é meu. Não sei sentir em doses homeopáticas. Sempre fui daquelas que falam “eu te amo” primeiro. Sempre fui daquelas que vão embora sem olhar pra trás. Sempre dei a cara à tapa. Sempre preferi o certo ao duvidoso. Quero que se alguém estiver comigo, que esteja. Mesmo que seja só naquele momento. Mesmo que mude de idéia no dia seguinte.”
Fernanda Mello
domingo, 20 de março de 2011
19/03/2011 -A maior lua dos últimos 18 anos!
Durante muitas noites ela tem sido minha companhia, a lua. Pode parecer bobeira, mas sim, eu converso com a lua, eu a admiro, eu peço conselhos, eu busco nela forças para suportar tudo que está acontecendo comigo. Muitas foram as minhas reclamações, muitas foram as declarações, muitos xingamentos, muitas foram as desculpas, muitas foram as lágrimas, muitos foram os gritos abafados, muitas foram as vontade de simplesmente desaparecer, ela sim me conhece de todos os modos, ela sim pode te contar o meu verdadeiro eu. Uma vez eu ouvi que: “Uma grande fé leva o homem até o céu, uma pequena fé trás o céu até o homem”. Noites frias, noites confusas, noites em que eu choro com medo de errar logo assim que surgir o dia, porém o que vem me confortando é olhar para o céu estrelado, mesmo a quilômetros de distância e pensar que cada estrela é uma conquista minha, cada pequeno foco de luz naquela imensidão escura é uma oportunidade de ser feliz, a lua, a maior estrela desse meu céu, é sim meu maior sonho, você.
[ Marlon Pierre ]
Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas me sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só esta vontade quase simples de estender o braço para tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nesta janela, já dissemos tudo que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação impressão ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e, com a ponta dos meus dedos, tocar você, natural que seja assim: o toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora. Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha para mim, sorri. Quanto tempo dura?
Caio Fernando Abreu
Talvez, sim, talvez eu fosse mulher, porque pensava no príncipe, a minha mão direita era a minha mão e a minha mão esquerda era a mão do príncipe, e a minha mão direita e a minha mão esquerda juntas eram as nossas mãos. Apertava a mão do príncipe sem cavalo branco, sem castelo, sem espada, sem nada. O príncipe tinha uns olhos fundos, escuros, um pouco caídos nos cantos e caminhava devagar, afundando a areia com seus passos. O príncipe tinha essa coisa que eu esqueci como é o jeito e que se chama angústia. Eu chorava olhando para ele porque eu só tinha ele e ele não falava nunca, nada, e só me tocava com a minha mão esquerda, e eu cantava para ele umas cantigas de ninar que eu tinha aprendido antes, muito antes, quando era menina, talvez tenha sido uma menina daquelas de tranças, saia plissê azul-marinho, meias soquete, laço no cabelo, talvez. Sabe, às vezes eu me lembro de coisas assim, de muitas coisas, como essa da menina - como se houvesse uma parte de mim que não envelheceu e que guardou. Guardou tudo, até o príncipe que um dia não veio mais. Não, não foi um dia que ele não veio mais, foram muitos dias, em muitos dias ele não veio mais.
Caio Fernando.
Caio Fernando.
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